Pois bem, reza a lenda que algumas universidades não exigem a apresentação do TCC ao final do curso. Se eu tivesse usado a cabeça, provavelmente teria me metido em um campus assim, sem este estresse. Não estou querendo dizer que minha universidade é de qualidade duvidosa, porém teria sido muito mais simples se eu não precisasse ter me submetido a tal façanha..
Quando estava na hora de agilizar o início do trabalho, decidi que não iria me estressar com o TCC. Queria um tema fácil, uma pesquisa rápida e me livrar de uma vez por todas daquilo. Estava no internato e meus interesses da época estavam completamente voltados às atividades do dia a dia, estudar patologias relacionadas, etc. O que que este TCC tá fazendo no meio disso tudo?
Enfim, fui um dos primeiros a terminar o projeto de pesquisa (diga-se de passagem que Cameron também), e também um dos primeiros a receber a aprovação do comitê de ética para iniciar a pesquisa de dados. Colhi os dados, analisei, montei o artigo tudo com folga e sem demasiado estresse, como o planejado.
Minha orientadora também orientava uma colega de aula em seu trabalho de conclusão. Esta feliz colega me propôs apresentarmos juntos os nossos TCCs a fim de aproveitarmos a banca e tals. Apesar de estar com meu trabalho muito mais adianado que ela, acetei, afinal, o que custa esperar uma semana ou duas?
Um mês e meio depois chegou o dia da apresentação.
Não via a hora de que aquilo tudo passasse. Estava nervoso, por motivos óbvios, porém tinha apresentação estava ensaiada, minhas falas e gestos rigorosamente coreografados, para não fazer feio, afinal, estava sujeito a reprovação, atraso de formatura e tudo isso por conta de 10 minutos de apresentação.
Nunca conheci a família de minha colega. sempre a via comendo salada de frutas, barra de cereal, assados integrais, ouvia suas histórias da academia, as caminhadas.. ou seja, era tudo condizente com seu corpo magro e bem torneado.
Quando sua mãe entrou na sala, não cosegui parar de olhar, pois de saúde física, não tinha nada. Tinha uma aparência esgotada, senil, com vários pneus de gostosura transbordando de suas calças. Nada contra ela ser assim, afinal, muitas mães correspondem a este biofísico, mas, por minha colega ser tão bonita, de corpo, e tão saudável, imaginei sua mãe como ela: jovem, saudável, cuidadosa com o corpo, daquele tipo que não come carboidrato e não para de caminhar.. Quando sua irmã mais nova entrou, minhas mãos, com vida própria, correram tapar minha boca para evitar um costrangimento maior. Ela era igual a mãe. Cabeos desgrenhados e com uma calça de no mínimo 3 números a menos que o ideal para seus culotes, em vista da 'bata' formada de gostosura pura.
Minha colega apresentou. Estava nervosa, claro. Até pensei "Rá, vou fazer muito mais bonito.. estou tão tranquilo...". Tinha tudo para dar certo, inclusive, uma médica da banca estava tão entretida com as páginas de fotos de vestidos de celebridades da Caras que nem notaria se eu falasse mer*da.
Coloquei meu pendrive no computador da sala, copiei minha apresentação e enquanto abria ouvi a irmã mais nova de minha colega coxixar com sua mãe:
-" É este o menino que dizem ter um namorado."
Me senti tão... tão.... observado? Sei lá, era o comentário que eu não precisava ouvir antes de minha apresentação de TCC. A intensão da pessoa foi de um sussurro discreto, e de fato foi, o azar é que consegui captar.. A mãe da fulana não tirou mais os olhos de mim, que agora estava num ponto propício para a observação.
Enfim, fiquei tão atordoado, que consegui arrancar a atenção até da mulher que estava lendo a Caras. No final, deu tudo certo.
Não encontrei palavras para descrever minha apresentação, mas o vídeo abaixo demosntra, aproximadamente, como me saí.. Sério, assistam, foi mais ou menos assim...
Vergonha!
Vou voltar a estudar AVE...