sábado, 29 de janeiro de 2011

Maravilhas de um TCC

     Quando estava naquela angústia de pré-vestibular, tudo o que eu queria era passar logo, independendo de onde fosse, terminar de uma vez por todas com o sofrimento da vida frustrada de vestibulando. Pensando assim, procurava as universidades pela mais pela fama de 'fácil' de passar do que pela qualidade do ensino.
Pois bem, reza a lenda que algumas universidades não exigem a apresentação do TCC ao final do curso. Se eu tivesse usado a cabeça, provavelmente teria me metido em um campus assim, sem este estresse. Não estou querendo dizer que minha universidade é de qualidade duvidosa, porém teria sido muito mais simples se eu não precisasse ter me submetido a tal façanha..
     Quando estava na hora de agilizar o início do trabalho, decidi que não iria me estressar com o TCC. Queria um tema fácil, uma pesquisa rápida e me livrar de uma vez por todas daquilo. Estava no internato e meus interesses da época estavam completamente voltados às atividades do dia a dia, estudar patologias relacionadas, etc. O que que este TCC tá fazendo no meio disso tudo?
     Enfim, fui um dos primeiros a terminar o projeto de pesquisa (diga-se de passagem que Cameron também), e também um dos primeiros a receber a aprovação do comitê de ética para iniciar a pesquisa de dados. Colhi os dados, analisei, montei o artigo tudo com folga e sem demasiado estresse, como o planejado.
Minha orientadora também orientava uma colega de aula em seu trabalho de conclusão. Esta feliz colega me propôs apresentarmos juntos os nossos TCCs a fim de aproveitarmos a banca e tals. Apesar de estar com meu trabalho muito mais adianado que ela, acetei, afinal, o que custa esperar uma semana ou duas?
    Um mês e meio depois chegou o dia da apresentação.
Não via a hora de que aquilo tudo passasse. Estava nervoso, por motivos óbvios, porém tinha apresentação estava ensaiada, minhas falas e gestos rigorosamente coreografados, para não fazer feio, afinal, estava sujeito a reprovação, atraso de formatura e tudo isso por conta de 10 minutos de apresentação.
    Nunca conheci a família de minha colega. sempre a via comendo salada de frutas, barra de cereal, assados integrais, ouvia suas histórias da academia, as caminhadas.. ou seja, era tudo condizente com seu corpo magro e bem torneado.
    Quando sua mãe entrou na sala, não cosegui parar de olhar, pois de saúde física, não tinha nada. Tinha uma aparência esgotada, senil, com vários pneus de gostosura transbordando de suas calças. Nada contra ela ser assim, afinal, muitas mães correspondem a este biofísico, mas, por minha colega ser tão bonita, de corpo, e tão saudável, imaginei sua mãe como ela: jovem, saudável, cuidadosa com o corpo, daquele tipo que não come carboidrato e não para de caminhar.. Quando sua irmã mais nova entrou, minhas mãos, com vida própria, correram tapar minha boca para evitar um costrangimento maior. Ela era igual a mãe. Cabeos desgrenhados e com uma calça de no mínimo 3 números a menos que o ideal para seus culotes, em vista da 'bata' formada de gostosura pura.
    Minha colega apresentou. Estava nervosa, claro. Até pensei "Rá, vou fazer muito mais bonito.. estou tão tranquilo...". Tinha tudo para dar certo, inclusive, uma médica da banca estava tão entretida com as páginas de fotos de vestidos de celebridades da Caras que nem notaria se eu falasse mer*da.
     Coloquei meu pendrive no computador da sala, copiei minha apresentação e enquanto abria ouvi a irmã mais nova de minha colega coxixar com sua mãe:
       -" É este o menino que dizem ter um namorado."
Me senti tão... tão.... observado? Sei lá, era o comentário que eu não precisava ouvir antes de minha apresentação de TCC. A intensão da pessoa foi de um sussurro discreto, e de fato foi, o azar é que consegui captar.. A mãe da fulana não tirou mais os olhos de mim, que agora estava num ponto propício para a observação.
Enfim, fiquei tão atordoado, que consegui arrancar a atenção até da mulher que estava lendo a Caras. No final, deu tudo certo.
   Não encontrei palavras para descrever minha apresentação, mas o vídeo abaixo demosntra, aproximadamente, como me saí.. Sério, assistam, foi mais ou menos assim...
Vergonha!




Vou voltar a estudar AVE...

Plantão no suzão


Internato é o período final do curso onde executamos na prática nosso conhecimento 'adquirido' nos anos anteriores em sala de aula.
Chegou o dia em que Cameron, minha dupla de internato, e eu estaríamos em nosso primeiro plantão no pronto socorro do hospital da cidade. Nunca havia feito nem estágio em algum pronto socorro e a ansiedade daquele primeiro dia corroeram minhas unhas na véspera do tal dia.
Era um plantão noturno, de 12 horas e me esforcei para chegar 15 minutos atrasado, afinal, eram 15 minutos a menos desse longo meio dia (meia noite, no caso).
Esperei Cameron na porta de entrada de funcionáris do hospital e percorremos os corredores sombrios daquela noite rumo ao PS. Imagino que a sensação que tive de ir ao meu primeiro plantão seria a mesma de um presidiário americano no corredor da morte.
Passamos por aquele corredor abarrotado de pacientes, uns idosos, outros fedidos, outros ensanguentados outros sem nenuma característica anormal, mas todos com um ódio de indignação na cara, imagino eu que pela demora, afinal sabe-se lá a quantas horas estavam na espera pelo atendimento..
Falamos com o preceptor, explicou-nos para sermos eficientes e deu dicas de como fazer a prescrição pelo sistema no computador. Após isso, o gente boa saiu e nos deixou a sos com a clientela mais gente boa ainda..
Entramos cada um em um consultório.
O primeiro, segundo, terceiro foram fáceis (talvez por não apresentarem queixas consistentes com qualquer gravidade). Eu só pensava: 'até Isabela, a labradora lá de casa, consegue ser médica assim'. Depois de algumas horas, fui dar um role e encontrei Cameron no corredor. Estava apreensiva pois uma paciente que estava sendo medicada estava desmaiando no corredor, sendo socorrida pelos enfermeiros.
Um de nós havia atendido a mulher. Minhas pernas tremiam e eu só pensava 'meu deus, que eu fiz de errado?' Para meu alívio, Cameron reconheceu a paciente, que tinha atendido minutos antes e como bom amigo que sou, cai na gargalhada com a façanha em nosso primeiro dia de plantão. Por orientação do preceptor, ela prescreveu medicação para baixar a pressão demais o que gerou uma hipotensão na coitada. Lógico que o preceptor tirou o dele da reta, pondo a culpa toda em Cameron (preceptores tem mania de pegar apenas os créditos de quando acertam a terapêutica...).
Por fim, voltamos ao nosso posto, passando pela 'geladeira da família dinossauro' (corredor dos pacientes a serem atendidos) e assim terminamos a noite, praticando medicina ilegal, pelo preceptor não dar a mínima para nós, e pagando um parcela de seu apartamento, afinal, era ele quem estava recebendo pelas 'fichas' as quais atendíamos.

Nada como ter o primeiro carimbo n cartão de plantões.
Como disse uma prima super querida minha: 'quer ser doutor? Tem que se ferrar mesmo'..

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Abrindo o Consultório: agenda aberta.

Primeiro Post. Nenhum paciente agendado por enquanto...
Sempre há a dúvida: Será que eles virão?
Não sei..

Por hora estarei de pernas pro ar,
com a residência chegando,
meus neurônios se matando
nem me deixam dormir
ou rir.

Nem quero pensar no que vai acontecer quando eu me formar
Terei de trabalhar,
noites madrugar
e muito, mas muito estudar
pra cagadas não executar e residência passar.

Por falar em estudar...
vou indo,

PS. Se der aquela dorzinha de cabeça, nada como um tylenol 500mg, 1 comprimido.
fica a dica..